quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Juquinha no Goiasnet.com























28/09/2010 | 21:59[voltar]
Juquinha celebra 50 anos de vida e 35 de carreira
Rogério Borges - O Popular
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No dia 12 de outubro de 1960, uma parteira aparou uma criança numa casa que ainda existe na baixada da Av. 24 de Outubro, em Campinas, já no final do bairro. Foi um parto difícil e a família fez uma promessa. Se tudo corresse bem, a criança se chamaria Divino e seria levada, assim que pudesse, a Trindade para agradecer. Foi o que aconteceu.

O que ninguém naquela família de oito irmãos – todos homens – esperava é que esse nome, Divino, ficaria restrito à carteira de identidade. Aos 15 anos, aquele garoto começava uma vida artística duradoura. Nascia o ator Magalhães de Almeida. Mas o batismo definitivo ainda não ocorrera. Ele viria em 1985 com o personagem Juquinha. “Nasci no Dia das Crianças. Nasci pra ser peralta”, brinca.

Nesta quarta (29) e quinta-feira (30), o comediante e ator Juquinha celebra um momento especial de uma trajetória cheia de desafios, mudanças e reinvenções. Em show de humor que apresenta no Teatro São Joaquim, na cidade de Goiás, às 20 horas, ele compartilha com o público a festa pelos 50 anos de vida e 35 de carreira.

A promessa é de um tratamento bem próximo com o público no espetáculo Juquinha Como Você Nunca Viu. “Eu sempre fui criado valorizando muito o sentimento de gratidão. Quando a gente chega nesse estágio, com tantos anos de carreira, o que se quer é dar um presente para as pessoas que me acompanham há tanto tempo.” Por isso, a escolha recaiu sobre Goiás.

Vila Boa
Além de ter passado parte de sua infância na cidade e de ostentar o título de cidadão vilaboense, Juquinha guarda uma recordação muito valiosa daquelas ruas de pedra. O dia 2 de novembro de 1975, quando seu nome foi publicado pela primeira vez nas páginas do POPULAR por ter o desenho que fez para o selo do Hotel Vila Boa aprovado, representa para o ator o início oficial de sua vida artística.

“Eu saí gritando pela cidade com o jornal na mão. Foi muito emocionante.” E foram vários os momentos de emoção nessa jornada. “Me vem tanta coisa à cabeça...” Tudo isso logo estará no papel. Ele prepara para 2011 um volume de memórias, chamado Parto. “Eu tenho a felicidade de ter participado de uma história tão bonita. Sou tratado com muito carinho onde vou. As pessoas me reconhecem, falam: ‘olha lá o Juquinha’. Eu fico muito feliz de poder colher os frutos que eu plantei.”

Juquinha nunca deixou de trabalhar nesses 35 anos, ainda que fora dos palcos, seu hábitat natural. “Na minha casa, todos os meus irmãos tinham alguma relação com o desenho”, conta. E ele também. Em meados dos anos 1980, o rapaz passou uma temporada de três anos no Rio de Janeiro. Lá, era um artista de rua em Copacabana, desenhando retratos.

Feira Hippie
Essa veia que pende para as artes plásticas transformou-se hoje num hobby. “Eu pinto. Presenteio muito meus amigos e até já fiz exposições.” Ele chegou a ocupar a secretaria da Associação dos Artesãos da Feira Hippie, quando ela ainda era realizada na Praça Cívica. “Ali eu convivi com todo esse pessoal da área, como Antônio Poteiro.”

Mesmo tendo ganho um concurso da Funarte em 1979 por uma gravura, sua vida está ligada, de fato, ao teatro. Entre 1979 e 1987, Juquinha integrou o Grupo Exercício, do diretor Hugo Zorzetti. “A gente montava cerca de três espetáculos por ano.” Entre eles, textos de Molière, Martins Pena e Gianfrancesco Guarnieri.

Apresentador
Depois de encenar peças de Maria Clara Machado, o ator descobriu que também levava jeito para ser apresentador. Um novo Juquinha surgia, ainda mais popular. Em 1988, ele lotou, durante todo o ano, a plateia do Teatro Goiânia nas manhãs de domingo com seu Show do Juquinha. Um programa de auditório no teatro transmitido ao vivo pela Rádio Anhanguera.

“Foi bom demais. Tenho muita saudade. Eu dava chance a tanta gente que não tinha espaço. Artistas como João Neto e Frederico começaram comigo crianças naquele programa. Recebi todos os cantores da música goiana no palco e ia pra periferia de Goiânia fazer o show em cima de caminhão.”

Juquinha chegou a apresentar um programa na TV Serra Dourada, o Top Show. Hoje, ele ainda gosta de receber amigos em seus espetáculos e é um dos mais requisitados mestres de cerimônia do Estado. Mas o artista acha que ficou um vácuo. “A tradição dos programas de auditório em Goiás praticamente acabou. Parece que hoje em dia o que vale é o sucesso meteórico, as celebridades instantâneas dos reality shows. E há consumidores para isso.” Mas ele ressalta que está fazendo uma análise, não uma queixa. “Não posso reclamar. Você está conversando comigo para uma matéria no jornal porque deixei alguma coisa legal. Isso tudo é carinho.”

Show de Humor: Juquinha Como Você Nunca Viu
Data: Quarta-feira (29) e quinta-feira (30), às 20h
Local: Teatro São Joaquim (cidade de Goiás)
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada)

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